domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aqui vai um pequeno vídeo que ilustra bem a mumificação egípcia

Morte e mumificação egípicia

Detalhe de tumba egípcia

Nada era mais importante para os egípcios do que alcançar a vida eterna e eles faziam de tudo para chegar até lá. De feitiços rituais, a embalsamamento e construção de tumbas magníficas, quanto mais dinheiro eles tinham, mais eles gastavam nas suas preparações para a morte.
Os egípcios acreditavam que cada pessoa tinha um corpo físico e um ‘ka’ – uma força de vida que continuava após a morte. Este ka precisaria da mesma sustentação que uma pessoa viva, além de entretenimento e os instrumentos de seu comércio. Todos estes itens eram colocados em sua tumba. Principalmente, o ka precisaria se reunir com o corpo físico, e é por isso que os corpos eram mumificados. Os mortos tinham que se juntar ao seu ka para alcançar vida depois da morte mas, como o corpo físico não poderia fazer a jornada da tumba para o submundo, o ‘ba’ da pessoa, ou personalidade, o fazia.
Quando o ba e ka se uniam, eles faziam a jornada final para o céu, luz do sol e estrelas, onde os mortos ressuscitavam como um ‘akh’ (ou espírito) e viviam para sempre.
Mumificação
Mumificação é o nome do processo aprimorado pelos egípcios em que se retiram os principais órgãos, além do cérebro do cadáver, dificultando assim a sua decomposição. Geralmente, os corpos são colocados em sarcófagos de pedra e envoltos por faixas de algodão ou linho. Após o processo ser concluído são chamados de múmias. Eram assim, embalsamados da seguinte maneira: em primeiro lugar, cérebro, intestinos e outros órgãos vitais eram retirados. Nessas cavidades, colocavam-se resinas aromáticas e perfumes. Depois, os cortes eram fechados. Mergulhava-se então o cadáver num tanque com nitrato de potássio para que a umidade do corpo fosse absorvida. Ele permanecia ali por setenta dias. Após esse período, o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, com centenas de metros, embebida em betume, uma substância pastosa. Só aí o morto ia para a tumba. Esse processo conservava o cadáver praticamente intacto por séculos.
Caixões egípcios
Os caixões mais antigos eram simples caixas retangulares de madeira decorados com olhos (para que o morto pudesse ver) e textos de caixão. Às vezes eles tinham uma porta falsa para que o morto pudesse ‘sair’. Os caixões eram ricamente pintados, por dentro e por fora, com cenas e textos de funeral, deuses e deusas e escaravelhos alados. Uma ‘espinha dorsal’ branca pintada nas costas detalhava a descendência do morto. Então, até quatro caixões eram colocados no sarcófago retangular com a tampa onde o cabeça de chacal Anubis sentava para proteção.

Deuses e Deusas

Deus Rá

Os egípcios antigos adoravam literalmente centenas de divindades, cada uma governando aspectos diferentes de sua vida espiritual. Não havia um deus ‘chefe’ e vários cultos dominavam através dos tempos – apesar de que os deuses criadores Amon e Rá chegaram perto da supremacia. Aqui separamos os deuses mais conhecidos e parte de suas histórias:
Amon significa ‘o invisível’ e há apenas algumas histórias sobre ele, apesar dele ter sido considerado o criador de todas as coisas. Durante o reino do meio, um centro de culto a Amon cresceu em Tebas (moderna Luxor), onde era associado com o deus do sol Rá e adorado como Amon-Rá. Mais tarde, ele foi o favorito da família real e, na 18ª Dinastia, ele superou todos os deuses.
Rá tinha várias formas durante o dia. Ele era um deus vivo de dia e morto à noite. Ele nascia de manhã como uma pequena criança, se transformava em homem no meio do dia e era um velho ao pôr-do-sol – para então renascer na manhã seguinte. Dessa forma, os egípcios explicavam o movimento do sol no céu. Acredita-se que ele tenha sido o pai dos reis e de todos os deuses importantes.
Nut, Geb e Shu
Nut e Geb são retratados como amantes apaixonados. Durante o dia eles eram separados por Shu, o deus do ar. Mas à noite, Nut descia para fazer amor com Geb. O amor deles deixou o marido de Nut, Rá com raiva, que decretou que ela não poderia ter filhos durante os 360 dias do ano. Infeliz, Nut pediu ajuda a Thoth, o deus da sabedoria. Thoth roubou luz da lua para criar cinco dias novos (fazendo com que o ano durasse 365 dias); foi quando Nut deu vida a quatro crianças.
Osíris era um dos filhos de Nut e Geb, ao lado de sua irmã Ísis (com quem se casou) e seu irmão ciumento Seth, que mais tarde o matou. A pele de Osíris  é verde para representar a vegetação e a fertilidade – como rei, ele ensinou os egípcios a ser fazendeiro.
Apesar dele ser o deus do submundo, ele não é um demônio ou um deus obscuro. Ao contrário, ele representa a esperança dos egípcios em viver em glória para sempre na vida depois da morte.
A Balança de Anubis
Anubis era um deus antigo, guiando os mortos a caminho do submundo muito antes de Osíris ter se transformado em um deus importante. Entretanto, ao ajudar Ísis a mumificar Osíris depois de sua morte, ele também se tornou o santo benfeitor dos embalsamadores.
Anubis era associado com Ma’at, a deusa da justiça. Os egípcios acreditavam que quando você morresse, você viajaria pelo Corredor dos Mortos. Lá, Anubis pesaria o seu coração contra a pluma de Ma’at, estabilizando a balança primeiro para garantir exatidão. Se o seu coração pesasse mais do que a pluma, ele seria comido pelo demônio.

Os aspectos gerais da Religiosidade Egípcia

Deuses Egípcios

A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía um deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.
A princípio, foi acentuadamente politeísta. A tentativa de implantação do monoteísmo na religião egípcia foi feita por Amenófis IV, criando um novo culto que personificava todos os deuses em um único, Aton. Com morte prematura de Amenófis IV, a reação sacerdotal contra a nova concepção religiosa foi forte e restaurou-se o culto a Amon-Rá.
Em relação às fontes escritas, os Egípcios não deixaram muitas obras sobre suas crenças. Em geral, os investigadores centram seu estudo em três obras principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.
O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objetivo é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no Além.
Livro dos Mortos
O Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função, ajudar os mortos no outro mundo.
Por último, o Livro dos Mortos que evoluiu dos Textos da Pirâmide do Velho Reino. Esses encantos e rituais eram inscritos nas paredes da tumba de egípcios de alta classe apenas. No Reino do Meio, estes segredos tornaram-se disponíveis para qualquer um que pudesse pagar um ritual de funeral e eram inscritos dentro dos caixões, para que as múmias ‘lessem’.